O que significa a chegada do 5G para a Internet das Coisas?

O conceito de IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas) não é novo. Conectar coisas à internet gera dados, e dados processados em plataformas trazem insights estratégicos para que as corporações possam controlar melhor suas produções e tomar melhores decisões. Se antes não era possível ter uma visão tão clara das operações, hoje todas elas podem ser conectadas e trazer insights para melhorar algum ponto que já existe ou criar coisas completamente novas. No final do dia, IoT não é somente sobre conectar as coisas à internet, mas trazer inteligência através dos dados gerados pelas coisas conectadas.

Diferentemente de cinco anos atrás, hoje as corporações estão compreendendo mais claramente a necessidade da digitalização como fonte de informação vinda da ponta, vinda da operação. Ou seja, o mindset mudou, o que é extremamente favorável neste momento de implantação a massificação do 5G, padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis.

Em contato com representantes de várias empresas, percebo que essa mudança de compreensão sobre o tema entre os profissionais do mercado é real: eles estão entendendo melhor a inovação e o momento favorável para ampliar as possibilidades da IoT. E, apesar da tecnicidade do tema, o assunto está na agenda não só do time de TI, que é a porta natural e óbvia de entrada, mas também de outros times, como marketing e produtos, por exemplo.

Todos querem compreender como é possível gerar mais dados para a própria operação e, assim, torná-la mais assertiva e eficiente. Quer dizer, a tecnologia está no centro do negócio.
Assim, a base estrutural para sustentar essa revolução possível do IoT está pronta para a chegada do 5G. E essa é a grande diferença deste momento para as empresas. Segundo estudo realizado pela McKinsey, até 2030 a IoT deve gerar entre US$  5,5 trilhões a US$ 12,6 trilhões globalmente, incluindo o valor capturado por consumidores e clientes de produtos e serviços IoT.

Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte do valor poderá ser criado em aplicativos B2B. Contudo, as aplicações B2C estão crescendo rapidamente, impulsionado a adoção de soluções de IoT dentro de casa. O ecossistema de IoT aliado ao 5G apoiará as empresas a criarem soluções cada vez mais customizadas para seus clientes. Com o 5G, as empresas terão maior capacidade na transmissão de dados, maior capacidade de conectar dispositivos por quilômetro quadrado e uma latência ou tempo de pergunta e resposta muito menor.

O pensamento é: o que mais eu posso implementar, não somente melhorar o que já existe, mas de coisas novas nesse mesmo produto a partir dos dados que estão sendo gerados? A esteira que rodava duas vezes ao dia vai poder rodar oito? A instalação de uma câmera na esteira vai identificar e ajudar avançar em um determinado processo?

Por fim, o passo mais transformador e disruptivo: criar algo completamente novo. Se até então eu usava esteira, agora eu não uso mais, eu passo a fazer o processo por meio de outras plataformas talvez – insight que só vai aparecer a partir dos dados gerados pela estrutura de IoT potencializada pelo 5G.

A digitalização impulsionada vai levar a um novo patamar as empresas que compreenderam a sua importância. E não estamos mais falando apenas de tecnologia que é mais bacana que relevante para as operações, como no passado. Estamos falando agora de uma necessidade. Empresas que não conseguirem mesclar uma estratégia digital com uma estratégia física estão fadadas a desaparecer. Daí a necessidade da geração, monitoramento, entendimento e decisões baseadas em dados para colocar em prática uma estratégia de negócio atual e conectada.

*Diego Aguiar é diretor de operações da Telefónica Tech, segmento digital da Vivo Empresas