Ao celebrar seus 25 anos de publicação, a Revista Raça lança o projeto #VozPreta com o objetivo de ocupar mais espaços diante do racismo estrutural que, invariavelmente, apaga e silencia vozes e referências negras na nossa sociedade. “O racismo opera com a desvalorização das narrativas negras, histórias que permeiam a construção política, social e cultural no país, impedindo que as mesmas sejam acessadas de forma igualitária. Não é por falta de referências que isso acontece, é pela falta de espaço na opinião pública. E é por isso que o projeto #VozPreta ganha relevância: como dar mais visibilidade e reduzir o apagamento ao qual a população negra é submetida?”, comenta Maurício Pestana, CEO da Revista Raça. #VozPreta é um meio de fazer com que intelectuais e profissionais negros e negras possam ter suas vozes ampliadas, dentro de uma variedade enorme de assuntos. A ferramenta criada em parceria com a FCB Brasil foi desenvolvida pelo FCB Studio e está ancorada no Twitter, uma das maiores redes sociais do mundo, com participação de jornalistas, políticos e diversos formadores de opinião. O brasileiro usa, em média, apenas 33 caracteres, enquanto o Twitter tem um limite de 280 toques por tuíte. A ideia é utilizar os espaços não ocupados para completar, automaticamente, com uma personalidade negra. Assim, quando uma pessoa inicia um tuíte, a plataforma identifica o assunto que está sendo tuitado e indica uma referência negra dentro do mesmo tema para os caracteres não utilizados. Se o assunto for literatura, por exemplo, #VozPreta vai reconhecer as palavras-chave e preencher com conteúdos de personalidades relacionadas ao mesmo tema. O usuário pode acessar a ferramenta pelo site https://www.vozpreta.com.br/ ou, se baixar a extensão do Chrome, pode utilizar a ferramenta diretamente do Twitter. O banco de dados se baseia em 25 anos de artigos publicados pela Revista Raça e pode ser atualizado com novas publicações. A ferramenta é viva e permite, também, que qualquer pessoa da comunidade negra inclua e sugira novos conteúdos. A ferramenta entrou no ar no dia 4 de abril, data marcada pela morte do líder Martin Luther King.